Saudade é malandra
É cumadre...
Chega assim de longe,
leva tempo,
Vem de trem.
Vem com a malinha cheia
da lembrança de alguém.
Não avisa que vem fazer uma visita
Não te manda nem um cartão postal
Saudade, meu amigo, só aparece no final
Talvez pra fazer um novo começo
Pra revirar seus papéis
Pra levar sua cabeça nas mãos.
Pra misturar todas as horas do seu tempo
[tão seu até então]
Saudade nunca tem pressa não...
Ela espera tudo, vem olhando a paisagem
Chega assim, de mansinho
Justo na hora que você parou pra descansar
No suspiro do silêncio
Na brisa fria do mar
No momento que nem foi feito pra lembrar
Saudade é moça cheia de ternura.
E, como uma gentileza da vida,
vai chegando pra ficar.